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Pesquisas com visitantes de um grande jardim botânico revelam uma lacuna surpreendente no conhecimento sobre a evolução das plantas e uma clara oportunidade de fechá-la.


A maioria das pessoas conhece Charles Darwin por seu renomado livro Sobre a Origem das Espécies, uma obra que revolucionou nossa compreensão da vida na Terra. Mas se nos perguntassem quais organismos ele estudou, o que viria à mente? Para muitos, a resposta começa e termina com os famosos tentilhões de Darwin ou outra fauna emblemática de Galápagos. Se essa também é a sua resposta, você não está sozinho.

Um estudo recente de Martí Domínguez e da Dra. Tatiana Pina, publicado em Educação Científica, mostra que, embora Darwin seja frequentemente celebrado pelo seu trabalho com animais, sua pesquisa botânica continua sendo amplamente negligenciadaA equipe entrevistou mais de 500 visitantes para Arnold Arboretum da Universidade de Harvard —a mais antiga coleção viva de árvores dos Estados Unidos— sobre a vida e a obra de Darwin e sua compreensão da evolução.

As descobertas foram claras: embora a maioria dos visitantes reconhecesse Darwin e mais de 80% soubessem que ele havia trabalhado com animais, menos da metade sabia que ele havia trabalhado com plantas. Esse viés ficou mais evidente quando os pesquisadores perguntaram sobre espécies específicas, com quase todos os visitantes mencionando os famosos tentilhões de Galápagos, mas muito menos sendo capazes de nomear uma única espécie de planta. Aqueles que mencionaram mencionaram orquídeas, um dos temas botânicos mais conhecidos de Darwin.

O conhecimento das pessoas sobre a evolução também mostrou uma clara inclinação para os animais. Os entrevistados mencionaram vários exemplos de evolução animal, incluindo a evolução dos humanos a partir de um ancestral comum com os macacos, e as transições dos dinossauros para as aves e dos lobos para os cães. Em contraste, os exemplos de plantas limitaram-se em grande parte a adaptações, como espinhos ou toxinas, ou espécies adaptadas a ambientes específicos, como cactos em desertos. Como resultado, os autores argumentam que os entrevistados tiveram dificuldade em enxergar o panorama geral de como as espécies de plantas evoluíram ao longo do tempo.

Embora Sobre a Origem das Espécies e seus estudos sobre animais são, sem dúvida, importantes, as plantas foram fundamentais para o desenvolvimento e teste da teoria da seleção natural de Darwin. De fato, seis de seus quinze principais trabalhos se concentraram inteiramente em plantas, desde as intrincadas estratégias de polinização das orquídeas ao hábitos predatórios de plantas carnívorasAlém disso, durante sua visita a Galápagos, Darwin demonstrou grande interesse pela flora da ilha, muito antes de os tentilhões capturarem sua atenção. No entanto, os estudos de Darwin sobre plantas foram ofuscados por muito tempo, e Domínguez e Pina sugerem que esse desequilíbrio pode surgir da maneira como a evolução é ensinada e apresentada. Livros escolares e exposições em museus frequentemente destacam linhagens animais, como humanos, pássaros e baleias, enquanto a evolução das plantas raramente é mencionada.

Os autores apontam que os jardins botânicos podem ajudar a mudar isso. Esses espaços não são apenas belos; são também laboratórios vivos, lar de projetos de conservação e educação pública. Assim como os museus de história natural, eles oferecem oportunidades de aprendizagem informal, mas com coleções vivas que tornam a evolução tangível. Exposições anteriores, como “Jardim de Darwin” no Jardim Botânico de Nova York, mostraram como as plantas podem contar histórias evolutivas convincentes. Notavelmente, cerca de 70% dos entrevistados na pesquisa de Domínguez e Pina consideraram que os jardins botânicos deveriam ensinar ativamente sobre a evolução das plantas. Por exemplo, eles sugeriram adicionar placas interpretativas, visitas guiadas, exposições especiais ou até mesmo exibições de plantas pré-históricas.

Este estudo deixa claro que as obras botânicas de Darwin e a história mais ampla da evolução das plantas permanecem em grande parte desconhecidas do público. Ao focar nos animais, corremos o risco de deixar de fora metade do panorama de como a vida na Terra mudou e se adaptou ao longo do tempo. Jardins botânicos estão perfeitamente posicionados para exibir a evolução das plantas, convidando os visitantes a vê-las não como um cenário verde estático, mas como atores dinâmicos na história da vida. Da próxima vez que você caminhar por um jardim botânico, observe mais de perto: a história da evolução não é cantada apenas por pássaros — ela está escrita em folhas, pétalas e sementes. Darwin sabia disso, e está na hora de nós também sabermos.

LEIA O ARTIGO:

Domínguez, M., & Pina, T. (2025). Darwin trabalhou com plantas? Darwinismo, Evolução e Educação em um Jardim Botânico. Educação Científica, 1-21. https://doi.org/10.1007/s11191-025-00670-z

Erika Alejandra Chaves-Diaz

Erika é uma bióloga e ecóloga colombiana apaixonada por florestas tropicais, primatas e divulgação científica. Ela possui mestrado em Ecologia e Conservação da Vida Silvestre pela Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil) e integra o Ciência Tropical desde 2020, um grupo de divulgação científica que visa conectar as pessoas com a biodiversidade e conscientizar sobre o meio ambiente. Você pode segui-la e sua equipe no Instagram em @cienciatropical.

Tradução para espanhol e português de Erika Alejandra Chaves-Diaz.

Imagem da capa por Elliot & Fry (Wikimedia Commons).

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